Entrevista – Irmã Inez, a freira do rap

por Felipe Nascimento e Nilton Kleina

A freira Inez de Souza tem um currículo invejável quando se trata de trabalhos sociais. Além de chácaras de recuperação para dependentes químicos de todas as idades espalhadas pelo Paraná, ela coordena serviços de alimentação e acompanhamento psicológico dos moradores de rua de Paranaguá, onde reside atualmente. Fundadora da comunidade Milagre Eucarístico, ela é vista como “mãe” pelos alvos de sua caridade, mas ao mesmo tempo é duramente criticada por parte da população da cidade por auxiliar os moradores de rua, que ainda sofrem forte preconceito.

Outro ponto em que ela se destaca é na música – e aí seu reconhecimento é nacional. Procurando fugir da tradição e do sucesso da música unicamente gospel, a freira de aparência tranquila e voz suave apostou no rap para se aproximar do público jovem. O resultado foi positivo e seu quinto CD, “A Face da Revolução”, já está em processo de lançamento. Em entrevista ao NCEP durante a visita do Movimento Nacional da População de Rua à Paranaguá, Irmã Inez (a “freira do rap”, como ela mesma se denomina) falou de sua carreira como religiosa e como popstar.

NCEP: Como você começou a fazer rap? Como surgiu a música na sua vida?

IRMÃ INEZ: Comecei em Ponta Grossa, fazendo um trabalho com meninas em situação de risco. Na casa onde morava, acolhíamos essas meninas. Uma noite tive a curiosidade de ver onde esses menores dormiam. Saí para as ruas na chuva, no frio, e naquela noite tive a experiência de ver vários jovens dormindo dentro de caixas de papelão e usando drogas. Nunca tinha visto aquilo na vida. Aquilo me tocou muito e comecei a compor as músicas.

NCEP: Você já era religiosa na época?

IRMÃ INEZ: Sim, já era. Tem 11 anos que aconteceu esse fato. Eu tinha que dar catequese para essas meninas em situação de risco e era muito difícil falar de Deus para elas, já que não tinham pais e eram abusadas e até esfaqueadas. Então eu comecei a dançar músicas com elas, mas as músicas que elas dançavam. Comecei a brincar, fazendo um estilo diferente. A catequese que eu dava era dançando, cantando, fazendo teatro. Então eu comecei a colocar as músicas que eu compunha em festivais – e elas foram ganhando alguns desses festivais. Aí começou essa história e, de repente, estava cantando rap, mas por brincadeira. Então a mídia e a população ficavam “Tem que gravar, tem que gravar!” e na época foi uma explosão a freira do rap. Fui no Faustão, na Xuxa, no Gugu, todos esses programas. De lá para cá, continuei cantando, mas não só rap, mas também outras músicas. Só que o povo sempre pedia “Eu quero aquele CD que tem o rap!”. Aí pensamos em gravar um somente com raps.

NCEP: O objetivo de suas músicas é evangelizar?

IRMÃ INEZ: Nosso objetivo é evangelizar os adolescentes que estão principalmente nas drogas, os jovens que não vão para uma chácara de recuperação. Quando fazemos os shows, eles vêm porque tem curiosidade de assistir. E aí eles entendem que nós estamos no meio deles não pregando uma religião. Acredito que Deus usa as letras e essa presença da gente para fazer o que ele quer – e com isso é possível evangelizar aonde a gente tiver o dever.

NCEP: As músicas falam sobre quais temas?

IRMÃ INEZ: Algumas falam sobre minha vida, outras sobre Deus. Todas as músicas são de composição minha, uma só que eu ganhei. Mas todas elas indicam um caminho melhor para que eles possam seguir, um caminho espiritual para tirar esses meninos do mundo trágico que é o das drogas. A partir daí fazemos esse trabalho na recuperação de dependentes com adolescentes, crianças e adultos e é maravilhoso.

NCEP: Como aconteceu a composição, a formação das rimas? Foi algo espontâneo?

IRMÃ INEZ: Para mim, foi muito diferente, estranho. Até hoje tenho muita dificuldade para cantar, pois as letras são enormes. Ainda não fiz nenhum show completo desse CD, então só estou esperando para ver ano que vem pra eu saber cantar todas, pois elas são difíceis. Mas foi algo espontâneo. Às vezes eu componho viajando, muitas vezes em adoração, outras vezes tomando banho. Sinto que é algo que está dentro da gente.

NCEP: Existe alguma barreira ou preconceito das pessoas ou da sua congregação com suas músicas?

IRMÃ INEZ: Não. Na época em que comecei, estava em outra congregação que me apoiava muito e me incentivava a traçar esse caminho da música e dos shows. Hoje, Deus me inspirou a fundar uma nova congregação e sou eu que indico os meus caminhos. Tem sempre algumas críticas, mas você vê que elas servem mesmo para reforçar o trabalho da gente. Quando criticam, eu nem me preocupo, porque eles precisam conhecer o que está por trás da música, da aparência. Tenho muito apoio da igreja, dos jovens e das famílias, pois eles reconhecem que meu trabalho não é só a parte artística. Meu objetivo é algo profundo e está por trás disso, que é um trabalho social, de assistência ao ser humano, de recuperação, de reinserção.

NCEP: Qual o diferencial desse CD?

IRMÃ INEZ: Não tem nenhuma música de adoração, são apenas raps. Ele foi muito bem produzido por um rapaz que era do Racionais e tem até a participação do MC Naldinho, que muitos rappers conhecem. Ele também foi aprovado por muitos rappers de São Paulo. É um CD diferente, com público diferente, porque atinge muitos jovens que são ditos “da pesada”, mas na verdade não são. São jovens necessitados.

Ficou interessado no trabalho social e cultural de comunicação comunitária
e alternativa realizado pela Irmã Inez? Seus trabalhos estão disponíveis
nos sites MadrInez e FreiraDoRap.

Visita à Rádio Esperança, a rádio comunitária do Cajuru

Por Olívia Baldissera

No dia 28 de outubro, o NCEP – mais especificamente, os integrantes Guilherme, Judy, Nilton e Olívia – fez uma visita à rádio comunitária Esperança, localizada no bairro Cajuru. Conversamos com os responsáveis pela rádio, João Batista e Roger. Ambos trabalham na rádio e a gerenciam por gosto, pelo amor que sentem por ela, pois não recebem algo em troca para trabalhar – eles tiram dinheiro do próprio bolso para mantê-la funcionando.

O fato de terem que “pagar para trabalhar”, como eles próprios disseram, explicita um dos problemas que a rádio do Cajuru tem: falta de recursos. Não há condições de comprar computadores novos, uma mesa de edição boa e nem para terminar de reformar o lugar. Roger e João Batista reclamam da lei proibir o anúncio de preços em uma rádio comunitária, pois isso afasta anunciantes que poderiam ser patrocinadores. A única que compra espaço na rádio é a Igreja Batista do bairro, e exatamente por isso boa parte da programação possui conteúdo religioso.

Além do desinteresse dos investidores, a natureza também não colabora. Um raio queimou todos os equipamentos da rádio, e eles contaram com doações de moradores para que ela voltasse a funcionar. Mas nem todos os que fazem parte da comunidade do Cajuru se envolvem com a rádio. Roger conta que o desinteresse da comunidade impera, que apenas ligam para a rádio quando recebem algo em troca – como uma cesta básica ou um brinquedo. Os que têm interesse e passam a trabalhar lá como voluntários ficam por pouco tempo, por se sentirem desmotivados com o desinteresse da comunidade ou por medo de serem assaltados – a Rádio já sofreu alguns assaltos.

A maioria dos ouvintes tem acesso à Rádio Esperança pela internet, poucos a ouvem pelo rádio. A razão disso é o baixo relevo em que a sede da Rádio foi construída, que não permite uma propagação das ondas adequada. Para isso, a torre de transmissão deveria ser maior – a atual tem 30m de altura – ou a sede da Rádio deveria ser em outro lugar. Outro motivo é a interferência causada por outras rádios comunitárias de bairros vizinhos, como a do Boqueirão ou a de Pinhais, cuja potência supera a do Cajuru. Esta permanece na frequência permitida por lei, de 98,3. Há pessoas no bairro que nem conhecem a rádio, devido a essas dificuldades.

Após essa conversa em que ouvimos e discutimos as dificuldades pelas quais a rádio passa, o NCEP tentará esboçar um projeto que cative a comunidade a participar da sua rádio comunitária – afinal, a rádio também é deles.

Lançamento do jornal “A Laje”

No dia 12 de novembro foi lançado a primeira edição do jornal “A Laje”, organizado pelo Movimento Nacional da População em situação de Rua (MNPR). A produção do jornal contou com a ajuda de voluntários e com a do NCEP, e a segunda edição já está sendo produzida. O idealizador de “A Laje” é o representante do Movimento e ex-morador de rua  Leonildo.

A primeira edição foi distribuída durante o Encontro sobre a Saúde da População em situação de Rua, que focava na saúde mental e foi realizado no edifício sede da Procuradoria-Geral da Justiça pela manhã.

Confira no Twitter do NCEP as fotos do evento! Acesse http://twitter.com/#!/ncep_ufpr

No link abaixo você pode fazer o download desta primeira edição de A Laje em PDF:

Baixe o fanzine da oficina do NCEP

Abaixo, em versão digitalizada para download, o fanzine desenvolvido ontem na oficina ministrada pelo NCEP no 9° ENEC (Encontro de Extensão e Cultura da UFPR). Visando a comunicação de forma rápida e barata, o fanzine proporciona total liberdade ao seu idealizador. Este pode se utilizar de recortes ou escrever à mão, sempre pensando em como disseminar sua ideia da forma mais simples e atrativa possível.

Páginas 1 e 4 - http://www.megaupload.com/?d=79N47IG4

Páginas 2 e 3 – http://www.megaupload.com/?d=4WLMGLH4

Lembrando que as nossas atividades não terminam por aqui. Novidades sobre uma nova parceria firmada pelo NCEP em breve. Fique ligado no nosso site e Twitter!

9° ENEC – Encontro de Extensão e Cultura da UFPR

Uma das propostas do fanzine é propiciar que a comunicação aconteça de forma simples e acessível. Pensando nisso, o NCEP realizou na tarde desta terça-feira, 19, uma oficina de fanzine como parte dos eventos do 9° ENEC. Ministrada pelos integrantes Taiana, Anderson, Guilherme, Patrícia e Judy, a oficina contou com cinco alunos, que em parceria com os oficineiros, trabalharam em um fanzine sobre o fanzine. Foi legal ver estudantes de Enfermagem, Comunicação Institucional e até da UFPR-Litoral colocando a mão na massa e se comunicando por meio do fanzine. Você confere o trabalho digitalizado amanhã aqui no site do NCEP, além de mais fotos da oficina no Twitter do núcleo: http://twitter.com/#!/ncep_ufpr.

O NCEP agradece aos estudantes que realizaram nossa oficina e também àqueles que visitaram o 9° ENEC. Até o ano que vem!

9° ENEC – Encontro de Extensão e Cultura da UFPR

Nesta segunda-feira 18, os bolsistas do NCEP marcaram presença no 9° Encontro de Extensão e Cultura da UFPR. Lá, eles foram avaliados quanto ao pôster que apresenta informações sobre o projeto, além de participarem de palestras que discutem os desafios da tríade alicerce da universidade: ensino, pesquisa e extensão. E amanhã, terça 19, tem a oficina de fanzine que os integrantes do núcleo irão ministrar. Não perca os detalhes amanhã, aqui no site!

Esquerda para direita: coordenador Toni, Nilton, Guilherme, Maria Eduarda, Felipe e Olívia

Relato de experiência – Visita à Itaperuçu FM

Felipe Nascimento e Judy Velasquez

No dia 28 de agosto de 2010, no Curso de Capacitação de Agentes promovido pelo Cefuria em parceria com o Ponto de Cultura, nós, Felipe e Judy, visitamos com a turma do curso a rádio comunitária de Itaperuçu. Na visita, uma das cofundadoras da rádio, Mirian Judite Silla, conversou com a gente sobre a história, o funcionamento e o dia a dia da rádio. O que mais nos chamou atenção é que uma rádio simples, com poucos recursos, consegue ter uma enorme abrangência na cidade e aparecer nas pesquisas como a mais ouvida na região. O NCEP já teve contatos com outras rádios comunitárias e sabe como é difícil esse meio ser de fato de toda a comunidade. Na rádio de Itaperuçu percebemos que existe essa preocupação. Os programas na rádio são todos feitos por voluntários, entre eles o SAJUP – Serviço de Assessoria Jurídica Popular, os recursos são obtidos através dos apoios culturais e das pequenas ações da rádio para arrecadar fundos, como festas, bingos e rifas. Além disso, a rádio procura também promover os artistas locais e abrir espaço para as diferentes religiões do local, sendo que diversas igrejas já tiveram ou têm programas com seus representantes.

Também foi interessante termos conhecimento sobre as dificuldades que uma rádio comunitária tem para se manter. Na legislação sobre rádios comunitárias, um meio dessa categoria não pode ter propaganda, somente apoio cultural, porém no documento não há uma definição clara do que seja o apoio cultural. A Itaperuçu FM já teve problemas com a Anatel porque os anúncios que divulgavam endereço do comércio foram considerados como propaganda. A rádio foi notificada e obrigada a restringir seus anúncios podendo apenas citar o nome de seus apoiadores, perdendo assim parte de sua arrecadação. A forma de se adequar às normas da Anatel foi relacionar os apoiadores com spots sobre serviço de utilidade pública. Um outro fato curioso do qual tivemos conhecimento foi sobre uma denúncia de que a rádio estava com a torre de transmissão acima do tamanho permitido. Na verificação, porém, constatou-se que o tamanho da antena estava na verdade abaixo do limite, podendo a rádio aumentar a altitude e consequentemente ampliar o raio de transmissão. Devido ao seu trabalho na região, a Itaperuçu FM ganhou um certificado de serviço de utilidade pública municipal, tendo assim isenção de alguns impostos.

Visitar a rádio foi de grande importância para termos conhecimento sobre o contexto e a prática de uma rádio comunitária. Pudemos perceber que os problemas que a Itaperuçu FM enfrentou e enfrenta são inevitáveis na tentativa de ser uma rádio realmente comunitária. Em consequência, as melhorias que ela proporciona na comunidade são mais efetivos para o desenvolvimento da mesma, que dá um retorno positivo, ouvindo, participando e se identificando com a rádio.

Relato de experiência – Oficina do Cefuria

Felipe Nascimento

Os representantes do NCEP Felipe Nascimento e Letícia França e o educador do Cefuria Anderson Moreira, assessoraram o módulo características do rádio e técnicas de locução do Curso de Capacitação de agentes, parte do Projeto Ponto de Cultura. Um dos desafios do módulo era introduzir o tema específico de rádio de forma que o enfoque não ficasse apenas técnico, mas que o relacionasse com os temas abordados nas oficinas anteriores – comunicação e educação popular, análise crítica dos meios e economia solidária.

A oficina começou ministrada pelo Anderson, que desenvolveu uma dinâmica reflexiva com a música Epitáfio dos Titãs, deu um breve histórico do rádio, trouxe à discussão aspectos atuais da radiofonia curitibana e mostrou programas históricos do rádio brasileiro, como repórter Esso e Hora do Brasil na época de Getúlio Vargas. Após o intervalo, foram expostas e discutidas com a participação do grupo as principais características do rádio em relação a aspectos como linguagem, abrangência e concessão. Depois, foram mostrados alguns dados sobre a utilização do rádio pela população brasileira e finalmente foram divididos os grupos para a produção de um programa que abordasse os temas das oficinas anteriores. A ideia de propiciar a prática sem técnica era fazer com que, a partir da escuta do grupo, fosse desenvolvido em conjunto o pensamento sobre as características de uma boa locução, para depois se iniciar a técnica propriamente dita.

Após o almoço, Felipe e Letícia assumiram o posto de educadores. A oficina recomeçou com a escuta individual dos grupos e conversa sobre o resultado das atividades. A partir dos comentários e com o auxílio da apostila Viva a vida no rádio, dica para comunicadores, foram passadas e explicadas pelos ministrantes as característica de uma boa locução. As técnicas e exercícios de articulação, respiração e dicção foram expostos logo depois, também tendo como base a apostila. Fora aquelas atividades, foi feita uma outra com uso de bexigas para treinamento da respiração diafragmática. Após os exercícios, a proposta era regravar o primeiro trabalho com correções no texto e das principais falhas da locução; porém, para que todos treinassem melhor a locução especificamente, decidiu-se que cada participante adaptasse um mesmo texto sobre a invenção do rádio e gravasse individualmente. A oficina encerrou-se após essa atividade, sendo a escuta do trabalho destinada para o início da próxima oficina.

A oficina teve uma avaliação muito positiva pelos assessores. Mesmo sem muita experiência como educadores, os membros do NCEP desenvolveram o trabalho que pretendiam e foram bem avaliados pelos participantes, assim como o Anderson que realiza atividades similares a mais tempo. Além do fato dos assessores terem se preparado e se reunido para a elaboração da metodologia, percebe-se que o bom desenvolvimento do trabalho ocorreu principalmente pelo ótimo grupo da oficina: crítico, participativo e com vontade de se aprimorar.

NCEP organiza seminário de comunicação comunitária

Nos dias 17 e 18 de agosto, o NCEP apresenta o I Seminário de Comunicação e Educação Popular: Comunicação Comunitária. A apresentação é baseada no livro Construyendo Comunidades: Reflexiones actuales sobre comunicación comunitaria, organizado pela Universidade de Entre Ríos, Argentina. No primeiro dia, os integrantes do NCEP expõem os tópicos abordados pelo livro, discutindo problemas e soluções que a comunicação comunitária encontra no cotidiano. Já no dia 18, uma mesa-redonda irá debater a relação comunidade-universidade, e os desafios da comunicação nesse sentido. Os convidados são:

- Prof. Élson Faxina, da UFPR

- Profª Drª Kelly Prudêncio, da UFPR e vice-coordenadora do NCEP

- Anderson Moreira, mestrando em Comunicação pela UFPR e um dos fundadores do NCEP

- Rachel Bragatto, professora universitária e integrante do Coletivo Intervozes

- Pedro Carrano, jornalista e correspondente do jornal “Brasil de Fato”

Lembrando que o seminário acontece nos dias 17 e 18 de agosto, às 19h, no auditório do Departamento de Comunicação da UFPR, localizado na Rua Bom Jesus, 650, bairro Juvevê.

O QUE VER – VJs de Mianmar: Notícias de um país fechado (2009)

Em um país em que a profissão de jornalista é quase clandestina, esse documentário acompanha a luta de videorrepórteres que tentam exercer sua profissão num país de governo ditatorial. Eles carregavam pequenas câmeras digitais para registrar o abuso dos militares, e, através da internet, mandavam as imagens para a Noruega. De lá, a informação passava para o mundo. Foi indicado ao Oscar 2010 na categoria “Melhor Documentário”.