Grupos educomunicativos integram e noticiam Rio+20

Enquanto alguns grupos, como a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, expuseram trabalhos associados à Educomunicação na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a Agência Jovem de Notícias e o Instituto Marista de Assistência Social usaram esse referencial teórico como base para a cobertura do evento. Realizada de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, a conferência tentou renovar o compromisso político global com o desenvolvimento sustentável.

No caso dos acadêmicos da ECA, foi apresentado um estande com o painel “educom.meioambiente”, que mostrou como a Educomunicação pode contribuir para a educação ambiental ao tornar a produção e difusão de conhecimento socioambiental acessível.

Já os adolescentes que noticiaram o evento, aproveitaram seus princípios educomunicativos em uma cobertura crítica e multidimensional, como você pode conferir no site Eco@rJOVEM e na seção de vídeos da Agência Jovem.

Mário Teixeira

Assista ao TCC “Indivíduo Coletivo – O Resultado do Processo da Educomunicação”

Está disponível no YouTube um caprichado trabalho de conclusão de curso (TCC) em Rádio e TV intitulado “Indivíduo Coletivo – O Resultado do Processo da Educomunicação”. Além de explicar dinamicamente as origens do conceito de Educomunicação, o documentário de 27 minutos apresenta insights de jornalistas e educadores envolvidos em projetos como a associação “Cala-boca já morreu” e a revista Viração. Produzido em 2011 por alunos da Universidade Metodista de São Paulo, o vídeo deixa claros os benefícios das práticas educomunicativas na formação de crianças e adolescentes.

Mário Teixeira

Global Voices realiza cúpula mundial de mídia cidadã no Quênia

A rede internacional de blogueiros Global Voices Online irá promover um encontro de muitos de seus 500 colaboradores com acadêmicos, jornalistas e outros interessados nos avanços online de mídia cidadã ao redor do mundo. O evento, que ocorrerá em 2 e 3 de julho na capital do Quênia, Nairóbi, pretende explorar essa temática em workshops e painéis de discussão. A cobertura das atividades será transmitida neste blog.

Mário Teixeira

FCC promove seminário gratuito sobre recursos audiovisuais voltados à educação

De 27 a 30 de junho, a Cinemateca de Curitiba sediará o 1° Seminário Audiovisual e Educação, visando discutir as relações entre educação, cinema, vídeo e televisão. O evento, que oferecerá certificação pela Universidade Federal do Paraná, contará com especialistas como a professora Dra. Glaucia da Silva Brito (UFPR) e o professor de cinema francês Alain Bergala (Universidade Paris III). Inscrições acontecem na própria Cinemateca, rua Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco.

Entre os filmes e vídeos a serem exibidos, estarão obras paranaenses que resultaram de workshops com crianças e adolescentes no Projeto Olho Vivo e no Projeto Experiência do Olhar, desenvolvido por alunos da Faculdade de Artes do Paraná dentro do Programa Universidade Sem Fronteiras (SETI/PR) e das oficinas realizadas no Festival de Cinema da Lapa 2012.

UEPG divulga programação do XV Seminário de Inverno de Estudos em Comunicação

Promovido pelo curso de Jornalismo, Departamento de Comunicação e pela Especialização em Mídia, Política e Atores Sociais, o XV Seminário de Inverno de Estudos em Comunicação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) reunirá autores de 39 trabalhos, 12 instituições universitárias, provenientes de cinco estados (RS, SC, SP e BA, além do PR), de 25 a 29 de junho. A programação, que pode ser conferida aqui, será desenvolvida no Pequeno Auditório do Campus Central da UEPG, das 19 às 22h30. Na edição 2012, o evento, sem taxa de inscrição, abordará o tema “Tendências e desafios da segmentação jornalística”.

Entre os trabalhos a serem apresentados, estarão “(Re)conhecer os grupos que participam de TV’s comunitárias: um olhar mais regional sobre como essas mídias estão organizadas” (Manoel Moabis), “Comunicação e mobilização política na internet: uma análise a partir do caso Kony no Caderno Link” (José G. Silva Júnior, Luis A. P. Hangai e Weslley D. Leite) e “Potencialidades do Portal Comunitário como banco de dados da cobertura jornalística da Câmara Municipal de Ponta Grossa para preservação da memória política local” (Hebe M. Oliveira).

Outras informações: Agência de Jornalismo UEPG, (42) 3220 3361 ou agenciadejornalismo@uepg.br

4ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPR recebe inscrições até domingo

Terminam no dia 17 de junho as inscrições para a 4ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) da UFPR. Os interessados podem se inscrever por aqui. O evento será realizado nos dias 13 e 14 de setembro, campus Palotina, e de 1 a 5 de outubro, campus Jardim Botânico, Setor de Ciências Sociais Aplicadas. Podem participar estudantes da UFPR ou de outras instituições. Estes, como ouvintes.

Durante a SIEPE, que abrigará encontros como o 11º Encontro de Extensão e Cultura (ENEC), serão apresentados trabalhos nos formatos de pôsteres, apresentações orais, oficinas, palestras e mesas-redondas. A Semana tem como metas consolidar a reunião anual de pesquisadores da UFPR e extensionistas e dar oportunidades para os professores, estudantes de graduação, pós-graduação e a comunidade trocarem conhecimentos.

FCC oferece cursos gratuitos de mídias digitais para jovens de baixa renda

O Solar dos Guimarães – Centro de Estudos Multimeios, unidade da Fundação Cultural de Curitiba – oferece de 9 a 20 de julho cursos intensivos e gratuitos de DJ e Mídias Digitais, Introdução à Fotografia e Criação de Documentário, voltados a alunos com idade entre 14 e 23 anos. As inscrições devem ser feitas até o dia 20 de junho, no próprio Solar ou nos núcleos da Fundação, localizados nas Ruas da Cidadania, das 13h30 às 18h, mediante o preenchimento de uma ficha com dados pessoais. A seleção acontece com base na renda familiar.

O objetivo dos cursos é oferecer aos jovens de baixa renda novas oportunidades de atuação no mercado de trabalho. Eles poderão aprender, por exemplo, como criar um blog, podcast, videoblog, como fazer mixagem, masterização, captação e edição de imagens, além de técnicas de webdesign e utilização de softwares livres. Trata-se de uma formação profissionalizante com estímulo para que os participantes compartilhem esses conhecimentos com suas comunidades.

Os intensivos têm dez vagas por turma, e as aulas serão ministradas de segunda a sexta-feira, seguindo o seguinte esquema: DJ e Mídias Digitais – Nível I (Turma 1, das 14h às 18h; Turma 2 – das 18h às 22h), Introdução à Fotografia (das 14h30 às 17h30) e Criação de Documentário (das 19h às 22h). O resultado da seleção das bolsas será divulgado no dia 27 de junho, no site da FCC. As matrículas deverão ser feitas nos dias 5 e 6 de julho, no período da tarde, no Conservatório de MPB (ao lado do Solar dos Guimarães).

Coordenadora estadual dos catadores revela sua trajetória de luta pessoal e profissional

Curitiba, 01 de junho de 2012, Núcleo de Comunicação e Educação Popular da UFPR

Reportagem de Mário Teixeira (mario.helder10@gmail.com)
Fotografia de Ana Clara Tonocchi (claratonocchi@hotmail.com)
Pauta sugerida por José Geraldo S. Jr. (jota_geraldo@hotmail.com)



Com 28 anos de idade, Roselaine Mendes Ferreira é integrante da coordenação estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e vice-presidente de uma ONG chamada Instituto Lixo e Cidadania (ILIX). Entrevistada pelo Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP) em 25 de maio, ela expôs questões referentes ao seu trabalho e ao daqueles que, em suas palavras, estão “retirando dos aterros, dos lixões, reaproveitando materiais, pra que sejam extraídos menos recursos naturais”. Frente a um gravador e a uma máquina fotográfica durante quase meia hora, na cooperativa Catamare, em Curitiba, a jovem adulta mostrou muita disposição, descrevendo experiências que hoje fazem dela uma líder.

O que começou como uma pauta abrangente, ligada ao dia-a-dia dos catadores na capital, acabou se unindo a uma história individual de perseverança na defesa dessa categoria. A trajetória profissional de Roselaine, cheia de “idas e vindas na catação”, remete à sua infância, quando “tinha três ou quatro anos” e a mãe a “levava no carrinho pra coletar no Centro”. Hoje, ela própria como mãe, cultiva uma relação bem diferente com sua criança: “tenho um filho de 7 anos e estou separada. Então, quando chego em casa, tenho que ter tempo de dar atenção. Ele não quer saber como foi o seu dia, se foi pesado, se você está cansada ou se não está. Ele quer atenção. E tem que ajudar a fazer o dever de casa”.

Quando estava casada e grávida, aos 17 anos, para sobreviver, Roselaine teve de interromper um estágio no Detran e seus estudos na sétima série: “dois desempregados, dois adolescentes. Eu tive de voltar pra catação”. O retorno foi ao trabalho com o qual já estava familiarizada, para atravessadores. E essa realidade tão desafiadora e tão familiar só começou a mudar quando ela conheceu a Catamare, que passou a ser sua cooperativa e a apresentou ao Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.

A posição de liderança no MNCR, à qual foi eleita em 2010, para ela, foi consequência de “sempre participar das reuniões” do Movimento e “ser menos tímida pra abordar o catador na rua, ter desenvoltura pra conversar”. É uma responsabilidade política que está diretamente ligada à sua vice-presidência no ILIX: “a gente, como Movimento, não conseguia captar recurso financeiro para fazer esse tipo de articulação com os catadores. Então, o Instituto faz a captação”. Sobre manejar os dois cargos, acrescenta: “não tem muita dificuldade porque é a convivência, é o dia-a-dia, é o que eu já fazia dentro da Catamare enquanto cooperada. Falar de reciclagem com a população pode ser bem mais difícil. Conscientizar pra separar os resíduos orgânicos dos inorgânicos dentro de casa, pra ir à associação. Nesta semana, por exemplo, foi um cachorro morto dentro da coleta seletiva pra a Associação de Recicladores de Pinhais. Então, conscientizar é o maior desafio”.

Nessa problemática, ela também inclui preconceitos que algumas pessoas carregam: “acham que o catador enfeia a cidade. Não acham que trabalha com material reciclável, ainda pensam que é só lixo e que está atravancando rua por caminhar junto com os carros”. Para combater essa ignorância, a vice-presidente do ILIX ajuda a promover campanhas: “a gente costuma dar muita palestra pra universidade mesmo. Então, muitos dizem, antes de conhecer o trabalho, de visitar a associação, de ver a gente triando, que tinham outra impressão do catador. E, depois que conhecem o trabalho, começam a respeitar”.

Além dessa abordagem real, ela está envolvida com formas virtuais de conscientização. As páginas no Facebook do Movimento (fb.com/catadores) e do Instituto (fb.com/instituto.lixoecidadania), por exemplo, comunicam o lado humano das ações dos coletores em vez do lado estatístico que costuma aparecer na grande mídia. São canais alternativos que divulgam ideias como o encontro nacional de mulheres catadoras, programado para julho. Em Pontal do Paraná, o evento tem proposta educativa e motivacional “porque hoje, dentro da profissão, a maioria é mulher que, ao mesmo tempo, é pai e mãe. Em Colombo, por exemplo, tem uma associação só com mulheres. Muitas vezes, abandonadas pelos maridos, espancadas, têm problema com álcool, drogas etc”. Embora sejam questões complexas, garante: “a gente vai tentar trabalhar tudo isso no encontro”.

Segundo a coordenadora estadual do MNCR, não é apenas o cidadão que deve ficar atento à importância dos coletores. O poder público de alguns municípios paranaenses também precisa estar mais engajado: “simplesmente, falta estrutura. Mão-de-obra não é problema, nós sabemos administrar como ninguém. Mas é necessário ter galpão, um barracão com prensa, balança, carrinho etc. Ainda hoje, a gente tem associações como a Almirante Tamandaré, que não tem uma prensa. A prefeitura não dá incentivo. Então, isso prejudica o trabalho deles. Eles não conseguem fazer uma venda com valor melhor se esse material não estiver prensado”. Trata-se de um descaso que contrasta com a gestão curitibana: “aqui, a prefeitura tem o programa ‘Lixo que não é lixo’, que destina os resíduos pra as associações. Acho que o mais importante é que tenha a coleta no município. Com isso, o catador não precisa do carrinho pra ir buscar esse material. O material chega até o barracão”. Graças a essa iniciativa de reaproveitamento, conforme dados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 22% de todo o lixo produzido atualmente na capital é reciclado.

Em meio à articulação política dessas demandas pelo Paraná, ela não desanima: “este trabalho que eu faço é pra que as outras associações cheguem no patamar no qual está a minha cooperativa. Quero que estejam ganhando melhor, que tenham uma estrutura melhor. É isso que me motiva realmente”. Parece ser a mesma motivação que ela aplica à vida pessoal, pois, mesmo morando “na periferia, numa favela” e tendo “várias dificuldades” por isso, é assertiva: “Pretendo voltar a estudar este ano”.

Apesar de ainda não ter completado o Ensino Fundamental, Roselaine considera a educação um instrumento indispensável para coordenar a comunidade de catadores: “a gente tem um grau de analfabetismo muito grande. Daí, muitos não sabem os direitos que têm. Realmente, quando trabalha com lixo, acha que faz parte dele. Então, o que a gente busca é fazer com que o catador entenda que hoje sua profissão é reconhecida, que é digno trabalhar dessa forma”.

De acordo com a jovem líder, o fato de vários coletores não conhecerem seus direitos não os impede de compreender a relevância de seus serviços: “o meio ambiente é de todos, e o catador está fazendo esse trabalho pra todos. Não está fazendo só por causa da renda dele. Hoje, ele tem essa consciência ambiental também. Por isso, o catador não está atravancando rua. Da mesma forma que você está indo ou voltando do trabalho, ele também está indo ou voltando do trabalho dele. Por isso, trabalho como catadora por opção”.

Uso responsável da Internet será pautado em oficina da ONG SaferNet Brasil

Em 4 de junho, a ONG SaferNet Brasil realizará, em Curitiba, a oficina “Promovendo a proteção aos direitos das crianças e adolescentes no ciberespaço”, cujo objetivo será fortalecer o entendimento dos atores sociais acerca do uso seguro, ético e cidadão da Internet. Certificado e kits pedagógicos, produzidos pela SaferNet Brasil, serão entregues aos participantes para replicar as dicas. As inscrições são gratuitas. O evento acontece no Auditório do Ministério Público do Estado do Paraná (Marechal Hermes, 751, Centro Cívico), das 8h30 às 18h. Clique aqui e confira a programação!

II Fórum Mundial de Mídia Livre abre inscrições para atividades autogestionadas

Após três fóruns no Brasil (Rio de Janeiro 2008, Vitória 2009 e Porto Alegre 2012), dois encontros preparatórios no Norte da África (Marrakesh 2011 e Túnis 2012), uma edição mundial (Belém 2009) e uma Assembleia de Convergência no Fórum Social Mundial (Dacar 2011), a mídia livre vai construindo suas agendas regionais e globais, que terão um avanço importante no Rio de Janeiro, com a segunda edição mundial.

Durante a Cúpula dos Povos, nos dias 16 e 17 de junho, diversos ativistas, pesquisadores e comunicadores da mídia alternativa se reunião no campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ) para o II Fórum Mundial de Mídia Livre. Gratuito, o encontro terá sua programação constituída pelos próprios coletivos e organizações interessadas. Para fazer parte desta construção, basta inscrever sua atividade por meio deste formulário. Haverá espaço para quatro eixos principais (direito à comunicação, políticas públicas, apropriação tecnológica e movimentos sociais), sendo possível propor painéis, desconferências, oficinas, entre outras ações. O cadastro de propostas estará aberto até 5 de junho.